"Ana Cristina encarava a
modernidade. Talvez por isso tenha morrido cedo
- pura passagem
permanente - muitas asas e um desdém pelo
que poderia ser raiz. O lugar que ocupa é na linha
do horizonte - virtual e veloz. Seu verso,
que pertenceu à vertente cultivada da geração que
apareceu em 70, é, hoje, pedra de toque para
toda poesia que se quer nova; com seus
motivos
e matizes estilizadas que se deixam
acompanhar, ao fundo, por uma brusca e inusitada melodia
que parece ter sido feita pela mistura de cristais, heavy metal e tafetá. A obra é breve, um cinema
essencial, e depressa. Morria de sede no
meio de tanta seda. Nunca nos esquecemos de sua
paixão acesa e seca. O que mais queima: a pedra de
gelo ou o ferro em brasa ? Vulcão de neve.
Ela não foi - ela fica - como uma fera". Armando
Freitas Filho no livro
" Inéditos e Dispersos - Poesia/Prosa" Editora Brasiliense - 1985
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